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RECIFE: Após cirurgia, gêmeos siameses se recuperam em casa.



Os gêmeos siameses Saulo e Davi tiveram alta médica e retornaram para casa na manhã hoje (11/10), depois de fazer uma cirurgia no Instituto Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip) para colocar os expansores de pele no abdômen. Eles nasceram unidos em maio deste ano. O procedimento foi realizado ontem (10/10) e antecede a cirurgia final de separação dos dois, ainda sem data prevista. Os extensores são como bolsas de silicone, colocados na barriga dos gêmeos para forçar o crescimento da pele. Eles têm o objetivo de provocar a sobra de tecido para fechar os corpos depois da cirurgia da separação.
A mãe dos bebês, Karine de Medeiros, de 26 anos, falou que eles se recuperam bem apesar dos incômodos da cirurgia. "Agora está tudo bem, mas na hora fiquei muito nervosa. A cirurgia foi ótima. O médico pediu para que nós tivéssemos muito cuidado com eles agora", contou ela. De acordo com Karine, os bebês só podem ficar em apenas uma posição, deitados. Ela só pega os dois no colo para os alimentar. "Se estava difícil antes, sem o expansor, agora é que vai ficar mais ainda. Mas foi Jesus que mandou eles juntinhos", disse ela, com otimismo e muita fé.
Segundo o Imip, Saulo e Davi são unidos pela pele e fígado. Os bebês recebem quatro expansores, dois em cada lado.  Mesmo sem a necessidade de ficar internados, os meninos vão voltar a cada duas semanas para que os médicos possam colocar soro nas bolsas e forçar mais e mais o crescimento da pele dos bebês.
Karine e o marido, Wilton Carlos Souza, de 29 anos, têm ainda outros dois filhos: Zeus, de um ano, e João Vitor, de quatro. Todos eles vivem em uma casa apertada no Alto Santa Terezina, na Zona Norte do Recife, dividida em dois ambientes: um quarto e uma cozinha. Karine explicou que vem tentando procurar um novo lugar para morar, mas ninguém parece seguro de vender ou alugar um imóvel para eles por não ter renda fixa familiar. "falam que a gente não tem renda, que não vamos conseguir pagar. Mas aqui é muito apertado. Faço um apelo a Eduardo Campos ou a quem puder nos ajudar", desabafou.
No único quarto da casa fica o berço dos gêmos, uma cama de casal e uma cômoda. Na janela estão várias caixas e algumas delas não podem ser jogadas. "Essas caixas aqui são dos expansores, o médico pediu para nos guardar. Não podemos nem tirar daqui para entrar um ventinho", falou Karine. O acesso à casa se dá por uma escadaria.
As crianças devem voltar ao Imip na próxima quarta-feira (16/10) para trocar os curativos e serem reavaliados pelos médicos responsáveis. Somente após isso, em outro dia, é que os profissionais vão poder preencher os expansores com o soro. A cirurgia ainda não tem data prevista para ser realizada.

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